Primeiramente
eu gostaria de lhe agradecer porque dessa vez você apresentou um texto
respeitoso, apresentando suas conclusões sem atacar ninguém utilizando termos
depreciativos como "apóstata" etc. De modo geral você não ficou
tentando colocar minhas palavras em contradição tirando as mesmas do contexto,
embora você ainda está transmitindo um impressão falsa de que eu esteja
defendendo uma "pregação seletiva", isso não é verdade como vou
demonstrar. Você apresentou um texto bonito, bem escrito (embora em muitas
partes dele eu tenha identificado informações que li recentemente na Sentinela
na íntegra sem aspas nem referência). Infelizmente eu preciso te dizer que as
conclusões às quais você chegou são altamente especulativas, e na verdade o
contexto não as apoia como ficará claro após minha exposição. Portanto o que
vou fazer a partir de meu próximo post é fazer algumas observações a respeito
das partes principais de sua argumentação. Em seguida apresentarei uma
informação que ainda não abordei e finalmente analisaremos a forma de
"ensino" em casa da forma apresentada de fato no Atos dos
Apóstolos. Logo apresento minha análise. Mais uma vez, obrigado pela forma
respeitosa pela qual apresentou seus argumentos.
Vamos
à primeira parte de sua abordagem. Já no primeiro ponto você disse algo que me
surpreendeu bastante, eu sinceramente não imaginava que você diria algo desse
tipo:
“Atos 19: 1-7: O Relato fala que Paulo achou alguns
discípulos. O texto não mostra como Paulo achou tais discípulos, mas é
certo que Paulo encontrou esses antes de pregar na sinagoga de Éfeso ou
na Escola de Tirano!!! É de se esperar que Paulo os tenha encontrado numa
pregação “de casa em casa”” (a ênfase é minha).
Quando li
isso, não pude deixar de me lembrar de um comentário seu anterior:
“RICARDO GUERRA: TODOS ESTES RELATOS (Incluindo o de
Cornélio) antecedem o relato da atividade de Paulo em Éfeso. DEVEMOS ACHAR
(Achismo) que estes não lançam luz sobre a declaração de Paulo em Atos 20:20 de que ele deu “cabalmente testemunho, tanto a judeus como a
gregos, do arrependimento para com Deus e da fé em nosso Senhor Jesus”?”
É
surpreendente o fato de você dizer que a conclusão apresentada por mim baseada
em um método de pesquisa (“histórico científico”) seja “achismo” e ao mesmo
tempo dizer algo como o que disse acima, ou seja, de que “é certo que Paulo achou
aqueles discípulos de casa em casa”. Não existe nada no texto que indique
isso, sua conclusão é altamente
hipotética, e na verdade totalmente improvável. O texto também não diz que
Paulo achou eles antes de ir à sinagoga, e de fato mais à frente demonstrarei
que que ele esteve na sinagoga antes disso. Logo em seguida ao comentário acima
você disse o seguinte:
“No primeiro dia que Paulo pisou em Éfeso, a
primeira coisa que fez foi pregar de casa em casa para esses discípulos.
Contrariando o argumento de que ele PRIMEIRO pregava publicamente e DEPOIS de
casa em casa”.
Você
está afirmando isso, mas sabe que é uma “dedução” de sua parte não é mesmo? Em
parte alguma o texto diz que esses discípulos foram contatados de “casa em
casa” (depois falarei sobre o sentido correto dessa expressão). Por outro lado,
que Paulo pregava primeiro publicamente já foi provado pela a análise das
passagens Bíblicas de todos os locais onde ele passo antes desse episódio. Sem
nenhuma exceção, em todos os lugares em que havia uma comunidade de judeus, Paulo
ia diretamente à sinagoga assim que chegava na localidade. Veja o resumo do que
já foi apresentado nesse respeito:
EM CHIPRE:
“Concordemente, estes homens, enviados pelo espírito santo, desceram a
Selêucia, e dali navegaram para Chipre. E, tendo chegado a Salamina, começaram
a publicar a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus. Tinham
também João por assistente” (Atos 13:4,5).
EM ANTIOQUIA DA PSÍDIA: “Eles, no entanto, seguiram de Perge e vieram a
Antioquia, na Pisídia, e, entrando na sinagoga no dia de sábado,
tomaram assento. Depois da leitura pública da Lei e dos Profetas, os
presidentes da sinagoga mandaram dizer-lhes: “Homens, irmãos, se tiverdes
alguma palavra de encorajamento para o povo, dizei-a.”” (Atos 13:14,15).
EM ICÔNIO:
“Ora, em Icônio entraram juntos na sinagoga dos judeus e falaram de
tal maneira, que uma grande multidão, tanto de judeus como de gregos, se
tornaram crentes” (Atos 14:1).
EM TESSALÔNICA: “Viajaram então através de Anfípolis e Apolônia, e vieram a
Tessalônica, onde havia uma sinagoga dos judeus. Assim, segundo
o costume de Paulo, ele entrou, indo ter com eles, e por três sábados
raciocinou com eles à base das Escrituras” Observe a expressão “como de
costume”.
EM BEREIA:
“Os irmãos enviaram imediatamente tanto Paulo como Silas, de noite, para
Beréia, e estes, ao chegarem, entraram na sinagoga dos judeus”.
EM CORINTO:
“No entanto, cada sábado, ele dava um discurso na sinagoga e persuadia
judeus e gregos”.
Com
base em todos esses relatos não é difícil concluir (baseado em evidência) que
em Éfeso tenha acontecido o mesmo. Na verdade a própria Bíblia fornece a
informação de que antes do episódio envolvendo os 12 discípulos, Paulo estivera
em Éfeso. Qual foi o primeiro lugar em que ele pregou? Veja: “No entanto,
depois de demorar-se mais alguns dias, Paulo despediu-se dos irmãos e passou a
navegar para a Síria, e com ele Priscila e Áquila, visto que em Cencréia
cortara rente o cabelo de sua cabeça, pois tinha um voto. Chegaram assim a
Éfeso, e ele os deixou ali; ele mesmo, porém, entrou na sinagoga e raciocinou
com os judeus” (Atos 18:18,19). E aqui mais uma vez confirmamos que Paulo pregava
“primeiro” publicamente, e somente depois nas casas. Agora
temos a confirmação de que foi assim também em Éfeso, de modo que (ou “desse
modo” tanto faz) não é difícil entender o sentido de Atos 20:20.
Se
você entender que Paulo pregou primeiro aos judeus e que todos
os judeus se reuniam na sinagoga nos lugares onde Paulo passou, você
não percebe que dessa forma ele deu “testemunho cabal” aos judeus? (Atos 13:46; 18:6). De fato o melhor lugar para Paulo falar
com todos os judeus (portanto não se trata de uma pregação “seletiva” como você
está deduzindo erroneamente) era a sinagoga mesmo.
Que
dizer dos não judeus? De modo similar, todas as passagens que falam de pregação
a gentios anteriores a Atos 20 se referem a locais públicos.
Novamente é confirmado que Paulo pregou “primeiro” publicamente,
consequentemente o segundo método só pode ser de modo particular. Veja por
exemplo o relato de Listra e Derbe onde evidentemente não havia comunidade
judaica e o texto diz expressamente que ele falou à uma “multidão” (Atos
14:8-20). Outro exemplo foi em Atenas onde ele falou no areópago, portanto
novamente pregação “pública” (Atos 17:16-32). Na última parte de minha abordagem falarei
sobre onde entram as casas em todos esses relatos. Talvez agora esteja passando
por sua cabeça como Paulo e seus colaboradores poderiam ter “dado testemunho
cabal” aos gentios já que no caso dos judeus ficou muito claro que ele fez isso
na
sinagoga. Então veja o que diz esse artigo da própria revista Sentinela
sobre isso:
“Enquanto
se permitia aos judeus cristianizados falar na sinagoga, eles iam para lá todo sábado.
(Atos 17:1-4) Isto os habilitava a pregar as “boas novas” a toda
a população judaica de determinada aldeia ou cidade. E, pelo testemunho público, regular, na feira, os
demais da população podiam ser alcançados com a mensagem cristã, vital.
Por causa de tal atividade pública, mercadores viajantes e visitantes também
ficavam sabendo das “boas novas”. De modo similar, quando os cristãos viajavam
para outros lugares, transmitiam suas crenças a outros. Em resultado, apenas
uma só congregação podia divulgar a verdade amplamente, em todo o país. Note o
que o apóstolo Paulo disse sobre isso a respeito da congregação de Tessalônica.
“De vós repercutiu a palavra do Senhor, não só na Macedônia e Acaia, mas por
toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos
necessidade de acrescentar coisa alguma; pois eles mesmos, no tocante a nós,
proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando
os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro, e
para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos,
Jesus, que nos livra da ira vindoura.” — 1 Tes. 1:8-10, Almeida, atualizada” (w
79 1/1 10-11).
Portanto
Daniel, a própria Sentinela reconhece que a principal forma de contatar as
pessoas no primeiro século foi publicamente em “praças”, “feiras”, e no caso
dos judeus nas “sinagogas” e em outros lugares públicos. Desse modo, em relação
aos gentios também a pregação não foi seletiva, mesmo sendo primeiramente
“pública”. Tire esse conceito equivocado de sua cabeça.
Mais
a frente você disse o seguinte:
“O que esse versículo (Atos 19:4) nos ensina sobre a
pregação apostólica de Paulo? Que o apóstolo pregava o arrependimento e a fé em
Cristo ANTES DO BATISMO e não após”.
Eu
já te falei que em relação ao “arrependimento e a fé em Jesus” ser ensinada antes
do batismo eu concordo com você, você deve se lembrar disso. O que eu disse que
continuava a ser ensinado como um discipulado, sobretudo para pessoas que
escutavam a mensagem básica para a salvação (e aqui você concordou comigo nos
seus últimos comentários) era “tudo que é proveitoso” (vers. 20) e “todo o
conselho de Deus” (vers. 27). Você disse muito bem em comentários anteriores,
que o “arrependimento e a fé” esta incluído
em “tudo que é proveitoso”, e com isso você deve reconhecer que isso não é a totalidade
de “tudo que é proveitoso” e “todo o conselho de Deus”. Nesse
respeito também podemos recorrer à própria revista Sentinela que diz:
“Paulo
disse aos superintendentes de Éfeso: “Não me refreei de vos falar coisa alguma
que fosse proveitosa, nem de vos ensinar publicamente e de casa em casa.” Ele
encontrou estes homens durante o testemunho público. Não
os instruiu apenas até se batizarem. Antes, deu-lhes “cabalmente
testemunho” até obterem verdadeiro entendimento do propósito de Deus, de Sua
soberania exercida por meio de Cristo e de sua relação com Ele. Disse-lhes
também: “Não me refreei de falar a todos vós todo o conselho de Deus.” — Atos 20:20, 21, 27” (W 79 1/6 pag. 16)
Observe
que a revista diz expressamente que “ele (Paulo) encontrou estes homens durante
o testemunho público. E também que “não os instruiu apenas até se
batizarem”. E a pergunta que eu te faço aqui é a seguinte: Você
concorda ou discorda com essa informação apresentada na Sentinela? Eu gostaria
muito que você respondesse essa pergunta. Além disso olha o que diz esse
ministério do Reino:
“Certamente,
é bom que os recém-batizados fiquem firmemente arraigados na fé e nos
princípios cristãos, por meio dum estudo pessoal das Escrituras. (Col. 2:7) É
óbvio que, grande parte do processo de aprender, da parte do novo discípulo,
tem de seguir o batismo. (Veja Mateus 28:19, 20.) Portanto, caso se ache que um publicador
batizado definitivamente precisa de ajuda pessoal, a fim de completar o estudo
cabal pelo menos de duas das publicações da Sociedade, no arranjo de estudo
bíblico domiciliar, então, certamente, alguém deveria estudar com ele. Em tal
caso, o estudo deve ser relatado, bem como o tempo de serviço de campo e as
revisitas daquele que dirige o estudo, até que se tenham terminado as duas
publicações” (km 10/77 pag. 4).
Portanto
até mesmo as testemunhas de Jeová atualmente continuam a “ensinar” recém
batizados. Na verdade você “ancorou” nesse termo do “arrependimento e da fé”
mencionados no verso 21 o tempo todo, mas acho que agora é uma boa oportunidade
para você reconhecer que esse argumento não se fundamenta. A não ser que você
discorde das próprias publicações da sua religião.
Os
pontos mencionados acima refutam a maior parte do que você disse na última
parte do seu argumento. Você na verdade concorda que “todo o conselho de Deus”
envolvia um discipulado após o batismo quando você disse:
“Atos 19:8-10 diz que Paulo pregou na Sinagoga por três
meses. O que Paulo pregava ali? Pregava o Reino de Deus. (Veja Atos 19:8) O
Reino de Deus envolve muitas coisas dentre elas o conselho de Deus. Isso fica
evidente no versículo 9, pois os Judeus começaram a falar “injuriosamente sobre
Caminho” (I.e. O MODO DE VIDA CRISTÃO). O versículo 9 mostra que esses
discípulos estavam presentes nesses 3 meses ouvindo os discursos de Paulo sobre
o Reino de Deus e sobre o modo de vida cristã. Após isso, Paulo passa a fazer
discursos diários no auditório da escola de Tirano para o público e para os
discípulos (incluindo os 12 batizados)”.
A
única diferença é que aqui (em Atos 19) esse discipulado é feito de forma
coletiva e em uma escola, ao passo que em outros casos, que inclusive
mencionarei na última parte de minha abordagem, esse discipulado era feito na
casa dos discípulos, as vezes para a família que recebera a palavra, e as vezes
para outras pessoas que eram convidas para a mesma casa.
Depois você disse também:
“Atos 19:10 utiliza uma conjunção adverbial modal, “de modo que” e não
“desse modo” no sentido que só dessa maneira ele conseguiu alcançar todos no
distrito da Ásia”.
A
respeito disso eu sugiro que você analise novamente esse conceito gramatical:
“Oração coordenada sindética conclusiva: transmite a conclusão de uma ideia expressa na
oração anterior. É obrigatório o uso de vírgulas antes das orações coordenadas
sindéticas conclusivas. São utilizadas conjunções coordenativas conclusivas ou
locuções conjuncionais coordenativas conclusivas: logo, pois, portanto, assim,
por isso, por consequência, por conseguinte, consequentemente, de modo que,
desse
modo, então, etc”. (http://www.normaculta.com.br/oracoes-coordenadas/)
Não
há diferença em dizer “desse modo” ou “de modo que”. Ambas “transmitem a
conclusão de uma ideia expressa na oração anterior”, portanto o que Atos 19:10 está dizendo é que “todo o Distrito da Ásia”
escutou a mensagem da Palavra através de testemunho Público, isso
é o que todas as passagens que já analisamos demonstram.
Achei
interessante a sua citação:
“Sobre pregação de Paulo em Éfeso A. E. Bailey escreve
em seu livro Daily Life in Bible Times (A Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos):
“O costume normal de Paulo era trabalhar na sua profissão desde o amanhecer até
as onze horas da manhã (Atos 20:34-35), hora em que Tirano finalizava seu ensino; daí, das onze
da manhã às quatro da tarde, pregava no recinto, conferenciava com assistentes
e mantinha conversas privativas compretendentes, considerava meios de expansão
para o interior; daí, por fim, fazia uma visitação evangelística de casa em
casa que ia das quatro horas da tarde até altas horas da noite (Atos 20:20-21, 31).” — 1943, página 308.”
Depois
disso você afirmou o seguinte:
“Com base na evidência histórica Paulo pregava de 11h
até as 16h”.
Ora
Daniel, isso não é evidência histórica, isso é especulação e das “cabeludas”.
Evidência histórica é algo que extraímos de documentos, e nesse caso o
documento que falaria sobre isso é a própria Bíblia. Sobre isso eu só
aconselho: “Não vades além das coisas que estão escritas” (1Coríntios 4:6).
Você fez citação de outros eruditos buscando apoio à sua tese. Mas o fato é que
para cada um que concorda com a Torre de Vigia em relação ao “de casa em casa”
(e na verdade a maioria dos eruditos não interpretam o “de casa em casa” como
de “porta em porta”) existem vários outros que discordam dela. Eu poderia citar
vários comentários em discordância, mas o que vou apresentar são palavras dos
próprios membros de destaque da comissão de redação em Brokiln:
“Entre
os comentários feitos, Karl Adams declarou que o artigo (sobre a pregação “de
casa em casa”) “parecia estar tentando torcer as Escrituras para ajustá-las a
uma ideia preconcebida””.
“Do
tom do artigo, fiquei com a impressão que estamos tentando fazer as Escrituras
dizer algo que queremos que elas digam; trabalhamos os textos para fazê-los
dizer o que queremos que eles digam... Penso que estamos esquecendo um aspecto
importante em tudo isto. Todos devem louvar a Deus, pregar. Fazê-lo é que é
vital, e não como fazê-lo. Se os primitivos cristãos não iam de casa em casa,
isso não significa que nós não devamos fazê-lo. Se o faziam, não significa que
também tenhamos de fazê-lo. Eles iam às sinagogas, nós não vamos às igrejas.
Nós fazemos congressos internacionais, não há indicação de que eles faziam
isso... Por que forçar o requisito de uma única maneira [de pregar]? Por que
fazer da obra de “casa em casa” uma pedra-de toque? A questão é alcançar as
pessoas. O como não é importante, desde que seja amoroso e ajude as pessoas a
quem se dá testemunho” (Um membro antigo da equipe de redação cujo nome não foi
revelado para a preservação de sua identidade).
Um
ancião, em sua resposta à Sociedade sobre o uso da “folhinha de relatório”
declarou: “Em cada vez mais territórios é possível ir de porta em porta durante
literalmente horas e não falar com ninguém... Fica cada vez mais claro que a
maior parte do aumento resulta dos esforços de testemunho informal em vez do
testemunho de porta em porta.” - Carta de Worth Thornton).
Portanto
até mesmo membros importantes da própria organização Torre de Vigia discordaram
da aplicação forçada da Torre de Vigia dada aos textos de Atos em consideração.
Mais
à frente você disse o seguinte Daniel:
“Comparando Lucas 8:1 e Mateus 9:35 mostra que a pregação “de cidade em cidade” e “de aldeia e
aldeia” era por “todas as cidades e aldeias”. Da mesma forma Kat oikous (de
casa em casa) em Atos 20:20 tem o sentido de “em todas as casas”. Mas porque tais
Eruditos defendem que Kat oikous tem esse sentido?”
Mas
o próprio Jesus disse que os discípulos não alcançariam todo o “circuito” de
Israel: “De modo algum completareis o circuito das cidades de Israel antes de
chegar o Filho do homem” (Mateus 10:23). Vou demonstrar mais à frente que o sentido
“distributivo” de Kat’ oikon em Atos não é o mesmo que “consecutivo”, o
contexto imediato e amplo do livro não permite essa aplicação. Na verdade já
analisamos três delas, mas agora apresentarei uma nova passagem.
Quando você falou do conceito de “pregar”
(kerisso) você evidentemente deixou de perceber que o “testemunho” dado por
Paulo mencionado no mesmo contexto fala sobre “ensinar”, “anunciar” (verso 20),
e isso abrange mais que o conceito de “pregar”. Portanto o texto só confirma
que o testemunho envolveu também o discipulado que sucedeu ao batismo daqueles
cristãos, o que já foi comprovado até mesmo em citação da revista Sentinela,
assim não é necessário repetir tudo aqui novamente.
Em
resumo dessa parte, é totalmente hipotético
e especulativo afirmar que a
pregação de Paulo em Éfeso envolveu o ensino de “porta em porta”. O contexto
imediato e amplo de Atos está em flagrante conflito com essa conclusão. Foi
dado sim um “testemunho cabal”, não de forma “seletiva”, mas isso foi feito de
forma pública. O que foi feito nas casas foi o ensino de pessoas que na maior partes das vezes, já tinham crido
e recebido o batismo. Isso fica claro até mesmo pelo fato de que Paulo estava
falando com anciãos.
Vamos
agora à apresentação da análise dos textos de Atos com base em algumas
evidências adicionais.
Agora
apresentarei outras cinco novas passagens onde a expressão “kat’ oikon” aparece,
sendo que nosso foco principal deverá ser a primeira, que semelhante a Atos 2:46; 5:42 e 20:20, também está com o sentido “distributivo”.
1)
Atos 8:3: “Saulo, porém, começou a tratar a congregação de modo ultrajante.
Invadindo uma casa após outra, e, arrastando para fora tanto homens como
mulheres, entregava-os à prisão”.
Aqui também foi utilizada a preposição “kata”
em sentido distributivo. É interessante observar a opção de tradução utilizada
pela NVI:
“Saulo,
por sua vez, devastava a igreja. Indo de casa em casa, arrastava homens e
mulheres e os lançava na prisão”.
Percebeu
que na NVI a expressão “de casa em casa” foi utilizada da mesma forma que nos
textos de Atos 5:42 e 20:20 na TNM. De Maneira similar a NTLH verte esse
texto:
“Porém
Saulo se esforçava para acabar com a igreja. Ele ia de casa em casa,
arrastava homens e mulheres e os jogava na cadeia”.
Quando
eu estava analisando esse texto, eu me lembrei de um comentário seu feito
anteriormente em outro post Daniel:
“Percebeu como que NTLH traduz Kai' oíkon? "De
casa em casa" e "nas casas." Porque essa diferença? Resposta:
Atos 5:42 está falando de pregação de casa em casa enquanto Atos 2:46 está se referindo a partilhar refeições nas casas dos
irmãos. Usei uma tradução imparcial para mostrar que Kai' oíkon pode ser traduzido
de duas formas” (a ênfase é minha).
Uma
vez que você mesmo reconheceu a NTLH como uma “tradução imparcial” e os tradutores dessa Bíblia verteram a
passagem de Atos 8:3 por “de casa em
casa”, então você deve reconhecer que aqui a expressão está igualmente em
sentido “distributivo”, mas não “consecutivo”.
Em
relação ao seu comentário sobre a “imparcialidade” da NTLH, achei muito
interessante também a forma que ela verteu Atos 20:20:
“Vocês
também sabem que fiz tudo para ajudar vocês, anunciando o evangelho e ensinando
publicamente e nas casas”.
Mas
você convenientemente não fez citação desse texto nesta versão embora tenha
citado Atos 2:46 e 5:42, evidentemente por achar que a opção de tradução
apoiaria sua tese. Por outro lado, mais uma vez encontramos um texto em Atos
dos apóstolos (8:3) que ilustra perfeitamente o uso da expressão “kat oikon” em
todo o livro. E novamente seu uso vai contra a tese da Torre de Vigia defendida
por você. Se somarmos a isso o fato de que em todas as passagens que falam de pregação no Atos, não encontramos nenhum exemplo do serviço de “porta em
porta”, então sua tese se torna na verdade impossível.
O
que segue abaixo são mais quatro exemplos do uso da expressão kat’ oikon nas
Escrituras Gregas, aqui elas não estão em “sentido distributivo”, estou
apresentando apenas para ilustrar o uso de “kat’ oikon” nas cartas de Paulo:
2)
“e [cumprimentai] a congregação que está na casa (grego: kat’ oikon) deles.
Cumprimentai o meu amado Epêneto, que é uma das primícias da Ásia para Cristo”
(Romanos 16: 15).
3)
“As congregações da Ásia enviam-vos os seus cumprimentos. Áquila e Prisca,
junto com a congregação que está na casa (grego: kat’ oikon) deles,
cumprimentam-vos cordialmente no Senhor” (1Coríntios 16:19).
4)
“Dai os meus cumprimentos aos irmãos de Laodicéia, e a Ninfa, e à congregação
na casa (grego: kat’ oikon) dela” (Efésios 4:15).
5)
“e a Áfia, nossa irmã, e a Arquipo, nosso soldado companheiro, e à congregação
que está na tua casa (grego: kat’ oikon)” (Filemom 2).
Eu
repito que nesses quatro exemplos a expressão não está em “sentido
distributivo”, ao contrário de Atos 2:46; 5:42; 8:3 e 20:20. Estas passagens são usadas aqui em sentido
ilustrativo do uso da expressão nas Escrituras Gregas.
Agora
disponibilizarei uma tabela de oito traduções que analisei pessoalmente e que vertem
“kat oikon” por expressões como “nas casas”, “em casa”, “de casa em casa” entre
outras nos textos de Atos 2:46; 5:42; 8:3 e 20:20. É curioso notar que algumas até mesmo
traduziram Atos 2:46 se referindo às reuniões dos discípulos por “de
casa em casa”:
Almeida Corrigida e Fiel (2007):
At 2:46:
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão ‘em casa’,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração”.
]
At 5:42:
E todos os dias, no templo e ‘nas casas’, não cessavam de ensinar, e de
anunciar a Jesus Cristo.
At 8:3:
“E Saulo assolava a igreja, entrando ‘pelas casas’; e, arrastando homens e
mulheres, os encerrava na prisão”.
At 20:20:
“Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e
‘pelas casas’”
Almeida Revista e Atualizada:
At 2:46:
“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão ‘de casa em casa’ e
tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração”.
At 5:42:
“E todos os dias, no templo e ‘de casa em casa’, não cessavam de ensinar e de
pregar Jesus, o Cristo’”. At 8:3: “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando
‘pelas casas’; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere”.
At 20:20:
“jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar
publicamente e também ‘de casa em casa’”.
Almeida Revista e Corrigida:
At 2:46:
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão ‘em casa’,
comiam juntos com alegria e singeleza de coração”.
At 5:42:
“E todos os dias, no templo e ‘nas casas’, não cessavam de ensinar e de
anunciar a Jesus Cristo”.
At 8:3:
“E Saulo assolava a igreja, entrando ‘pelas casas’; e, arrastando homens e
mulheres, os encerrava na prisão”.
At 20:20:
“Vocês sabem que eu não hesitei em lhes anunciar nada, desde que fosse para o
bem de vocês, e de como lhes ensinei tanto publicamente como ‘de casa em
casa’”.
Novo Testamento: Versão Fácil de Ler.
At 2:46:
“Eles se reuniam no templo todos os dias, e dividiam o pão ‘de casa em casa’,
repartindo a comida com alegria e com sinceridade no coração”.
At 5:42:
“E todos os dias, quer no templo, quer ‘de casa em casa’, eles nunca paravam de
ensinar e proclamar as Boas Novas a respeito de Jesus Cristo”.
At 8:3:
“Saulo procurava destruir a igreja. Ele ia ‘de casa em casa’, arrastava para
fora tanto homens como mulheres e os punha na cadeia”.
Atos 20:20:
“como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e ‘pelas
casas’”.
Bíblia Viva.
At 2:46:
“Regularmente eles adoravam juntos no templo todos os dias, reuniam-se em
grupos pequenos ‘nas casas’ para a Comunhão, e participavam das suas refeições
com grande alegria e gratidão”.
At 5:42:
“E todos os dias, no templo e na cidade, continuavam a ensinar e pregar que
Jesus é o Messias”.
At 8:3:
“Paulo andava como que furioso, e ia a todos os lugares para destruir os
crentes, entrando até nas ‘casas particulares’, arrastando para fora tanto
homens como mulheres, metendo todos na cadeia”.
At 20:20:
“Mesmo assim nunca fugi de falar a verdade a vocês, tanto publicamente como
‘nas suas casas”.
NTLH:
At 2:46:
“Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E ‘nas suas casas’
partiam o pão e participavam das refeições com alegria e humildade”.
At 5:42:
“E, todos os dias, no pátio do Templo e ‘de casa em casa’, eles continuavam a
ensinar e a anunciar a boa notícia a respeito de Jesus, o Messias”.
At 8:3:
“Porém Saulo se esforçava para acabar com a igreja. Ele ia ‘de casa em casa’,
arrastava homens e mulheres e os jogava na cadeia”.
At 20:20:
“Vocês também sabem que fiz tudo para ajudar vocês, anunciando o evangelho e
ensinando publicamente e ‘nas casas’”.
Tradução Brasileira (2010)
At 2:46:
“Diariamente, perseverando unânimes no templo e partindo pão ‘em casa’, comiam
com alegria e singeleza de coração”.
At 5:42:
“E todos os dias, no templo e ‘em casa’, não cessavam de ensinar e pregar a
Jesus, o Cristo”.
At 8:3:
“Mas Saulo assolava a igreja, entrando ‘pelas casas’; e, arrastando homens e
mulheres, os entregava à prisão”.
At 20:20:
“como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que era proveitosa e de
vo-la ensinar publicamente e ‘de casa em casa’”.
NVI
At 2:46:
“Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão ‘em
casa’ e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de
coração”.
At 5:42:
“Todos os dias, no templo e ‘de casa em casa’, não deixavam de ensinar e
proclamar que Jesus é o Cristo”.
At 8:3:
“Saulo, por sua vez, devastava a igreja. Indo ‘de casa em casa’, arrastava
homens e mulheres e os lançava na prisão”.
At 20:20:
“Vocês sabem que não deixei de pregar a vocês nada que fosse proveitoso, mas
ensinei tudo publicamente e de ‘casa em casa’”.
E
finalmente o link com a comparação dos mesmos textos acima (com exceção de Atos
8:3) em 27 traduções em inglês: http://coisasdareligiao.blogspot.com.br/2015/10/tabela-com-12-traducoes-de-atos-246-542.html.
Creio
que agora já podemos analisar os relatos de discipulado em lares particulares, o que
fechará esse debate (de acordo com o parâmetro estabelecido pro você mesmo),
provando assim que não existe nenhuma evidência contextual a favor do “serviço
de porta em porta” nas páginas da Bíblia. Por outro lado analisaremos pelos
menos 6 exemplos que indicam o sentido correto da expressão “kat oikon” em Atos
5:42 e 20:20.
Pois
bem Daniel, agora gostaria de lembra-lo do que você disse em comentário
anterior:
“Quando você me mostrar um TEXTO QUE PROVA QUE O
BATIZADO ESTUDAVA DE FORMA INDIVIDUAL NA SUA PRÓPRIA CASA AÍ O NOSSO DEBATE
ACABA”.
O
que apresentarei são 5 exemplos que demonstram de que forma era feito o
“ensino” (o próprio conceito de “ensino” indica um discipulado) de “casa em
casa” no sentido correto da expressão, apoiado por todo o contexto amplo de
Atos dos Apóstolos:
1) Batismo de Cornélio e sua família em sua casa:
“Enquanto
Pedro ainda falava sobre estes assuntos, caiu o espírito santo sobre todos os
que ouviam a palavra. E os fiéis que tinham vindo com Pedro, que eram dos
circuncisos, ficaram pasmados, porque a dádiva gratuita do espírito santo
estava sendo derramada também sobre pessoas das nações. Pois, ouviam-nos falar
em línguas e magnificar a Deus. Pedro respondeu então: “Pode alguém proibir a
água, de modo que estes não sejam batizados, sendo que receberam o espírito
santo assim como nós?” Com isso mandou que fossem batizados no nome de Jesus
Cristo. Solicitaram-lhe, então, que permanecesse alguns dias” (Atos 10:44 – 48).
Porque
você acha que a família de Cornélio pediu para que Pedro e os que estavam com
ele “permanecessem
alguns dias com eles”? Você tem alguma dúvida de que o que ele ficou
fazendo foi ensinar aqueles recém batizados que ainda não tinham um conhecimento
pleno a respeito de “todo o conselho de Deus”? (Atos 20:27). Se você ainda tem alguma dúvida vejamos os
outros exemplos.
2) A conversão de Lídia seguida da visita à sua
casa.
“E,
no dia de sábado, fomos para fora do portão, para junto dum rio, onde
pensávamos haver um lugar de oração; e assentamo-nos e começamos a falar às
mulheres que se haviam reunido. E certa mulher, de nome Lídia, vendedora de
púrpura, da cidade de Tiatira, e adoradora de Deus, estava escutando, e Jeová
abriu-lhe amplamente o coração para prestar atenção às coisas faladas por
Paulo. Então, quando ela e sua família foram batizadas, disse, suplicando: “Se
vós me julgastes fiel a Jeová, entrai na minha casa e ficai.” E ela
simplesmente nos fez isto”. (Atos 16:13 – 15).
O
verso 40 diz que depois de Paulo e Silas saírem da prisão após o incidente com
o carcereiro eles voltam à casa de Lídia: “Mas eles saíram da prisão e foram
ao lar de Lídia, e quando viram os irmãos, encorajaram-nos e partiram”.
3) A conversão do carcereiro de Filipos seguida
da visita à sua casa.
“E,
no dia de sábado, fomos para fora do portão, para junto dum rio, onde
pensávamos haver um lugar de oração; e assentamo-nos e começamos a falar às
mulheres que se haviam reunido. E certa mulher, de nome Lídia, vendedora de
púrpura, da cidade de Tiatira, e adoradora de Deus, estava escutando, e Jeová
abriu-lhe amplamente o coração para prestar atenção às coisas faladas por
Paulo. Então, quando ela e sua família foram batizadas, disse, suplicando: “Se
vós me julgastes fiel a Jeová, entrai na minha casa e ficai.” E ela
simplesmente nos fez ir” (Atos 16: 13 – 15).
4) Discipulado na casa de Tício Justo em Corinto:
“Mas,
quando persistiam em opor-se e em falar de modo ultrajante, sacudiu a sua roupa
e disse-lhes: “O vosso sangue caia sobre as vossas cabeças. Eu estou limpo.
Doravante irei às pessoas das nações.” Concordemente, saiu dali e entrou
na casa dum homem de nome Tício Justo, adorador de Deus, cuja casa era contígua
à sinagoga. Mas Crispo, o presidente da sinagoga, tornou-se crente no
Senhor, e assim também todos os de sua família. E muitos dos coríntios, que
tinham ouvido, começaram a crer e a ser batizados” (Atos 18:5-8)
Esse
é um dos exemplos que achei mais claros em esclarecer o sentido correto de Atos
20:20, ou seja, que Paulo pregou “publicamente e de casa em casa”.
Que a pregação era primeiramente pública já foi comprovado com os vários
exemplos mencionados anteriormente. E aqui aconteceu exatamente isso: primeiro Paulo pregou na sinagoga em
Corinto (testemunho público), e depois
e depois na casa de Tício Justo (ensino em lares particulares). É muito
interessante que o relato mencione o fato deque não apenas Tício Justo (que
evidentemente escutou a palavra publicamente na sinagoga) mas também que
Crispo, o presidente da sinagoga tenha aceitado a mensagem.
Sobre
os três últimos relatos, à Sentinela comentou:
“A pregação pública em sinagogas ou feiras
muitas vezes serviu para achar os interessados. Quando tais pessoas adotaram o
cristianismo, ofereceram hospitalidade aos proclamadores da mensagem de Deus.
Isto resultou num belo benefício espiritual para os novos crentes, porque
continuaram a serem instruídos nos seus próprios lares”. — Veja Atos 16:15, 32-34; 18:6, 7.W 79 1/1 pag. 10
Eu
gostaria que você me respondesse essa pergunta: Você concorda ou discorda do
que disse a Sentinela citada acima? Aguardo sua resposta.
Veja
também o comentário do livro Testemunho Cabal sobre o trabalho na casa de Tício
Justo:
“Onde
Paulo pregaria então? Um homem chamado Tício Justo, pelo visto um prosélito que
morava ao lado da sinagoga, abriu as portas de seu lar para Paulo. Assim, Paulo
saiu da sinagoga e entrou na casa desse homem. (Atos 18:7) Paulo continuou
morando com Áquila e Priscila enquanto estava em Corinto, mas a
casa de Tício Justo tornou-se o centro de suas atividades de pregação”
(pag. 151). O último exemplo também é muito interessante, e ele se deu
exatamente na cidade de Éfeso.
5) Apolo é instruído por Priscíla e Áquila em
casa.
“Ora,
chegou a Éfeso certo judeu de nome Apolo, natural de Alexandria, homem
eloqüente; e ele era bem versado nas Escrituras. Este [homem] tinha sido
oralmente instruído no caminho de Jeová, e, visto que era fervoroso no
espírito, falava e ensinava com precisão as coisas a respeito de Jesus, mas
estava familiarizado apenas com o batismo de João. E este [homem] principiou a
falar denodadamente na sinagoga. Ouvindo-o Priscila e Áquila, acolheram-no na
sua companhia e expuseram-lhe mais corretamente o caminho de Deus”
(Atos18: 24 -26).
E novamente a Sentinela
comentou sobre isso:
“O
então existente costume não permitia que mulheres ensinassem publicamente nas
sinagogas e nas feiras. Entretanto, visto que algumas mulheres crentes estavam
presentes quando os homens ensinavam, elas podiam estar atentas aos que
mostravam interesse. Daí, em cooperação com seu marido, participavam do ensino,
até mesmo de homens. Por exemplo, quando Áquila e sua esposa Priscila ouviram
Apolo falar na sinagoga de Éfeso, “acolheram-no na sua companhia e
expuseram-lhe mais corretamente o caminho de Deus”. (Atos 18:26) (w 79 1/1 pag, 10)
Assim
encontramos alguns exemplos que confirmam que depois de escutarem a pregação pública,
os que aceitavam a mensagem eram discipulados em seus lares, de forma
particular, em família ou em grupos maiores. Por outro lado não foi encontrado nenhum exemplo do
serviço de “porta em porta” em todo o livro de Atos. Portanto Daniel, de
acordo com o parâmetro estabelecido por você mesmo, os exemplos acima encerram
o debate.
Finalmente,
respondendo sua pergunta:
“Deixa eu te fazeruma Pergunta, você está pregando
dessa maneira hoje, Ricardo? Se você ou qualquer outro estiver pregando dessa
maneira, serão todos responsabilizados pela morte daqueles que não ouviram
porque a mensagem não chegou até eles”.
Felizmente
em minha pequena cidade sou uma pessoa bastante respeitada na comunidade. Eu
nunca deixei de pregar sobre minha fé em Jesus. Tenho tido a oportunidade de
falar a vários auditórios, bem como através de meios de comunicação como rádio,
e até mesmo a internet. Além disso, eu dirijo estudos bíblicos individualmente
e para grupos de pessoas em família. Portanto posso dizer sem receio que estou
testemunhando “publicamente e de casa em casa”. Eu reconheço que você é
um bom debatedor, e que se você estivesse defendendo algo ao qual a Bíblia
realmente ensina, dificilmente acharia um oponente para te derrubar. Como eu já
disse, nessa altura do campeonato não me importa muito “vencer” o debate. Eu
tive a oportunidade de aprender muitas coisas com nossa conversa, até mesmo
porque recorri constantemente à Bíblia. Reli e estudei atentamente todo o
relato de Atos dos Apóstolos e isso foi de grande valia para mim. Tenho certeza
que outros que acompanharam o debate também se beneficiaram, e isso é motivo de
grande alegria. Espero sinceramente que você venha a refletir sobre tudo isso.
Caso deseje fazer qualquer observação sobre o que foi falado acima, fique à
vontade.
P.S: Relatório Final do Debate: http://coisasdareligiao.blogspot.com.br/2015/11/relatorio-final-do-debate-com-o-daniel.html
Print de vários comentários meus que se tornaram invisíveis durante o debate: http://coisasdareligiao.blogspot.com.br/2015/11/print-de-varios-comentarios-meus-que-se.html
Explicação sobre o conceito bíblico de slvação ao Daniel que defende a salvação pelas obras: http://coisasdareligiao.blogspot.com.br/2015/11/explicacao-do-conceito-biblico-de.html
Link do vídeo com os comentário em baixo: https://www.youtube.com/watch?v=V4vkCrkdwNI