sexta-feira, 26 de junho de 2015

É BÍBLICO REBATIZAR UMA PESSOA CONVERTIDA PARA ELA SER ACEITA EM OUTRA IGREJA?

Por: Ricardo Guerra.
            Recentes conversas com alguns amigos trouxeram à tona uma velha discussão que certamente merece uma análise séria e cuidadosa. Hoje em dia existem enumeras denominações evangélicas, com as mais diversas visões sobre vários assuntos como ceia, batismo, dons do Espírito, entre outros. É costume de algumas seitas utilizarem o texto de Atos 19:1-7 para justificar a necessidade de um novo batismo de pessoas que desejam fazer parte de sua membresia. O que tem gerado grande desconforto é o fato de que até mesmo alguns poucos líderes de igrejas evangélicas, consideradas sérias em sua postura, têm utilizado os mesmos argumentos para exigir que uma pessoa já convertida e batizada receba um novo batismo para serem aceitas em seu rol de membros.
            Para analisar estas questões vou tentar responder objetivamente as seguintes perguntas: de acordo com a Bíblia, qual o requisito para uma pessoa ser batizada? O que representa o batismo na Bíblia? Qual a forma correta do batismo? Existe alguma situação que justificaria um rebatismo? O batismo teria alguma relação com a aceitação do conjunto de doutrinas de alguma denominação? Uma pessoa que não batizou em uma igreja estaria impedida de estar em “comunhão plena” com esta igreja?
O significado do Batismo.
            O batismo juntamente com a Ceia do Senhor são as únicas duas ordenanças deixadas por Jesus. Embora houvessem outros rituais relacionados a alguma forma de batismo entre o povo judeu, foi somente João Batista (ou seja, o que batiza) que trouxe uma ideia mais próxima do que viria a ser o batismo cristão instituído e ordenado por Jesus (Mateus 28:19,20). A palavra de Deus nos informa que o batismo de João era um rito de preparação que apontava para Jesus como o Messias que havia de vir ao passo que o batismo cristão olhava para o Cristo que já veio e cumpriu sua obra redentora (Atos 19:4,5). Portanto o batismo cristão nada mais é do que uma forma de testemunhar publicamente que a pessoa recebeu a Cristo como Senhor e Salvador de sua vida, e que a partir desse momento ela não vive mais para o mundo, mas sim para o seu Salvador (Romanos 6:1-4). Desse modo, o requisito para uma pessoa ser batizada é crer no plano de salvação de Deus através de Jesus, apenas isso, como será demonstrado mais a frente neste artigo.
            Existe uma antiga discussão sobre qual seria a forma correta de realizar o batismo, sendo as mais comuns, a imersão na qual a pessoa é completamente mergulhada em água, e a aspersão onde se derrama um pouco de água na cabeça da pessoa. É necessário fazer menção desse ponto devido ao fato de que muitas vezes o rebatismo é exigido exatamente porque a pessoa que muda de uma igreja evangélica talvez tenha sido batizada de uma forma que não é aceita na igreja a qual ela passa a frequentar. Não é minha intenção fazer aqui uma extensa exposição sobre as duas formas de batismo apresentadas e nem mesmo defender qualquer uma delas pelo simples motivo de que a Bíblia não diz qual o método deve ser utilizado. 
            Os defensores da imersão costumam argumentar que a palavra grega baptismous da qual se deriva batismo em português teria o sentido único de imergir ou mergulhar, mas uma simples olhada em alguns textos do Novo Testamento mostrará que esta palavra também pode ser usada no sentido de aspersão, e de fato foi usada para se referir aos diversos rituais de purificação utilizados no Antigo Testamento. Um dos exemplos mais claros sobre isto é o texto de Marcos 7:4 onde a palavra baptizo é            traduzida por aspergir na versão Almeida Revista e Atualizada. Outros exemplos são os textos de Hebreus 9:10 onde a palavra é vertida por abluções, e claramente está relacionada aos rituais de purificação comumente realizados por aspersão no Antigo Testamento e 1Coríntios 10:2 que diz que os israelitas foram “batizados na nuvem” por ocasião do êxodo. Portanto a palavra baptismous não é determinante quanto ao método a ser utilizado no batismo.
            Alguns textos como o relato do batismo de Jesus no Jordão em Lucas capítulo 3 e de certo eunuco etíope registrado em Atos capítulo 8 transmitem a forte impressão de que esses batismos podem ter sido por imersão. Por outro lado, nos relatos como o batismo de Paulo (Atos 9), do carcereiro de Filipos (Atos 16), do centurião Cornélio (Atos 10) e dos três mil de Pentecostes não são mencionados nenhum método e os contextos parecem indicar que podem ter sido de fato por aspersão, já que aparentemente não havia nenhum batistério em nenhum desses locais, e no caso do carcereiro de Filipos e de sua família, o batismo aconteceu tarde da noite. Visto que não há uma afirmação inequívoca na Bíblia a esse respeito, o que é importante de fato é o ato de batizar, e não necessariamente a forma como esse batismo é feito.
Entendendo esses pontos básicos sobre o batismo podemos agora analisar o texto de Atos 19:1-7.
O texto de Atos 19:1-7.
            Em primeiro lugar vamos olhar o texto principal utilizado pelos defensores do rebatismo, Atos 19:1-7 e seu contexto:

“Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, atravessando as regiões altas, chegou a Éfeso. Ali encontrou alguns discípulos e lhes perguntou: "Vocês receberam o Espírito Santo quando creram? " Eles responderam: "Não, nem sequer ouvimos que existe o Espírito Santo". "Então, que batismo vocês receberam?", perguntou Paulo. "O batismo de João", responderam eles. Disse Paulo: "O batismo de João foi um batismo de arrependimento. Ele dizia ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus". Ouvindo isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus. Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram ao todo uns doze homens”.

            De acordo com os defensores do rebatismo, esses discípulos eram pessoas convertidas, porém não tinham alcançado a plenitude do Espírito Santo. Outros acreditam que isso se deu porque havia divergências doutrinárias entre o que eles haviam aprendido como discípulos de João Batista e o ensino cristão, e é nesta segunda teoria que vou focar ao analisar esse texto.
            Para o entendimento correto desse acontecimento e o porquê de Paulo rebatizar estes discípulos é preciso analisar o que antecedeu a este episódio conforme marrado no capítulo 18 a partir do versículo 23. O relato nos diz que “um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, chegou a Éfeso. Ele era homem culto e tinha grande conhecimento das Escrituras. Fora instruído no caminho do Senhor e com grande fervor falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, embora conhecesse apenas o batismo de João” (Atos 18:24,25). Em seguida o relato mostra que um casal de cristãos, Priscila e Áquila, viu este homem ensinando na Sinagoga e o convidou para sua casa para instruí-lo mais corretamente nos caminhos do Senhor (ver. 26). Nada é dito sobre a necessidade de um rebatismo. Depois disso ele partiu dali para a Acaia com cartas de recomendação dos irmãos de Éfeso (vers. 27) e ajudou amplamente a igreja naquele local (vers. 28). 
O capítulo 19:1-7 nos mostra que quando Paulo retornou a Éfeso, ele encontrou alguns “discípulos” que não sabiam da existência do Espírito Santo (vers. 1-4), o que indica fortemente que eles não eram convertidos ao cristianismo. Por esse motivo Paulo os batizou no “nome do Senhor Jesus” (ver. 5) e em seguida impôs as mãos sobre eles para que recebessem o Espírito Santo (vers. 6).

É interessante o comentário de D. A. Carson sobre esse texto:

“O primeiro episódio de Paulo na longa estadia (de quase três anos) em Éfeso foi um encontro com alguns seguidores de João Batista. A fama de João tinha evidentemente se espalhado para além da Palestina (Sobre sua importância cf. 1.21,22; 13:16-25; 18.23-28 e Lc 20.5-7). O termo alguns discípulos se refere aos cristãos, mas, uma vez que as pessoas aqui descritas não tinham recebido o Espírito Santo, é mais provável que devam ser consideradas discípulos de João Batista que estavam no “caminho”, mas não muito longe. 2 Sendo o Espírito Santo uma parte importante do próprio ensino de João Batista, a resposta desses homens de que nem mesmo ouvimos que existe Espírito Santo provavelmente significa que eles tinham ouvido uma versão da mensagem de João, mas não o próprio João. Além disso, os relatos que eles tinham ouvido concentravam em seu ensino ético, e não em seu papel de preparar o caminho (para uma exemplo do ensino de João Batista, v. Lc 3:7-14). 3. Essas pessoas tinham recebido o batismo de arrependimento, que era em si uma coisa boa, mas, diferentemente de Apolo (18-25), parece que nada sabiam sobre Jesus. Nada nos é dito sobre a necessidade de Apolo ser batizado novamente (Priscila e Áquila certamente teriam sido autorizados a batizá-los se Ananias pode batizar Paulo, At 19.17-19). A diferença provável é que Apolo conhecia e confiava no Messias (Seu conhecimento sobre o Messias era correto, ainda que incompleto; 18:25,26) e via seu batismo em conexão com essa fé, enquanto para esses discípulos o batismo era apenas sinal de bom comportamento. Eles ainda precisavam ser batizados em nome do Senhor Jesus (Carson 2012, p. 1648, 1649).

Em adição a isso Warren W. Wiersbe comenta:

“É importante observar que o padrão usado por Deus hoje é apresentado em Atos 10:43-48: os Pecadores ouvem a palavra de Deus, creem em Jesus Cristo, recebem o Espirito Santo imediatamente e, em seguida, são batizados. Os gentios de Atos 10 não receberam o Espírito pela água do batismo nem pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:14-17). O fato de esses homens não terem o Espírito habitando dentro deles comprova que, na verdade, não eram nascidos de novo...” (Wiersbe 2012. Vol. 5. p. 662).
           
            Rússel Shedd também faz uma clara distinção entre o batismo de João e o batismo cristão na nota sobre Atos 19:4,5 em sua Bíblia de estudo: “O batismo de João (Batista) era um rito preparatório, confirmando arrependimento (Lc 3.8) e prontidão para a vinda do Messias. O batismo cristão afirmava a história redentora de Cristo”.
            Portanto, de acordo com esses autores, aqueles discípulos mencionados em Atos 19:1-7 não tinham recebido um batismo propriamente cristão e na verdade não eram convertidos, por isso precisaram ser batizados no nome do Senhor Jesus, ou seja, no batismo cristão.
            Conforme fá foi mostrado neste artigo, de acordo com o Novo Testamento o requisito básico para uma pessoa ser batizada era crer em Jesus como seu único Senhor e Salvador (Romanos 10:9,10), portanto não era exigido que a pessoa na ocasião do batismo tivesse adquirido um amplo conhecimento doutrinário. Na verdade os vastos exemplos de batismos mencionados no livro de Atos dos apóstolos indicam que a pessoa escutava a palavra e era batizada imediatamente. Alguns exemplos disso são os três mil de pentecostes em Atos 2, o eunuco etíope de Atos 8, Cornélio e sua família em Atos 10, Lídia e o carcereiro de Filipos em Atos 16 entre muitos outros. Todos esses exemplos mostram que aquelas pessoas batizadas ainda não tinham um grande conhecimento doutrinário, de fato foram batizados no dia em que ouviram a Palavra. Em nenhum desses casos nos é dito que a pessoa batizava para ser aceito em uma comunidade local ou que ela deveria conhecer as doutrinas dessas igrejas.
            É claro que depois do batismo todas as pessoas receberam uma orientação doutrinária mais sólida em suas respectivas igrejas. Mas com base em todos os relatos mencionados podemos afirmar com convicção que a falta de esclarecimento doutrinário não foi impedimento para ninguém batizar na igreja primitiva. Tudo isso só reforça a suficiência da obra salvadora de Cristo. Podemos dizer então que, conformidade com visão doutrinária de denominação A, B ou C nunca foi um requisito para se receber o batismo. Embora existam hoje várias denominações cristãs com diferentes visões sobre doutrinas, não seria certo da parte de nenhuma destas denominações, exigir que uma pessoa verdadeiramente convertida e que já tenha recebido o batismo no intuito de testemunhar publicamente sua decisão de entregar sua vida para Jesus, seja batizada novamente. Batismo não é para aceitação de visão doutrinária denominacional, é a aceitação de Cristo como único e suficiente Salvador de sua vida. Exigir isso de uma pessoa seria reclamar para si uma exclusividade que não temos como denominação e uma tentativa de usurpar a posição que pertence de direito a Cristo (1Cornítios 1:10-31. Obs: embora esse texto se refira a igreja local ele estabelece um princípio para a igreja como corpo de Cristo). Não estou dizendo com isso que o rebatismo não deva ser feito em nenhuma circunstância. Mas a única situação em que um rebatismo se justificaria, com base em todos os exemplos bíblicos já mencionados, seria se a pessoa que recebeu o batismo não fosse de fato convertida. Em todo caso, ninguém pode determinar para outra pessoa que seu batismo não foi válido. Cada indivíduo deve fazer essa análise entre ela e Deus. Mas em hipótese alguma isso deve ser uma regra de igreja nenhuma. Quem define se o batismo foi válido ou se não, é a própria pessoa diante de Deus. Exigir de uma pessoa convertida que ela receba um novo batismo seria questionar o cristianismo dessa pessoa.
            Em sua oração sacerdotal, Jesus disse: “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17:20,21). O que Jesus disse a seus discípulos, a saber, “para que o mundo creia que tu me enviaste”, nos mostra que a oração de Jesus, além de sacerdotal, é também uma oração missionária. Enquanto nós como igreja do Senhor, continuarmos criando regras onde a própria Bíblia não as coloca, certamente não estaremos contribuindo para que o “o mundo creia” em Jesus. Segundo Raymond V. Franz, “as divisões surgem quando as pessoas tentam tornar definido, explícito e conclusivo aquilo que as próprias Escrituras deixam indefinido ou sujeito a mais de um entendimento possível. Surgem quando as pessoas transformam em grandes questões ― quando se considera o todo ― coisas de menor importância; quando criam regras a partir do que é simples conselho ou declaração geral de um princípio” (Franz 2008, p. 819). Certamente não queremos fazer de nosso ensino, um “mandamento de homens” (Mateus 15:6,9).

REFERÊNCIAS:

Carson D. A: Comentário Bíblico Vida Nova – Edições Vida Nova, São Paulo, 2012.

Franz, Raymond Víctor: Em busca da Liberdade Cristã – Commentary Press – Atlanta – Geórgia. Primeira edição em português: 2008.

Shedd, Rússel: Bíblia de Estudo Shedd – Edições Vida Nova, São Paulo, reimpressão 2013.

Wiersbe, W. Warren: Comentário Bíblico Expositivo. Vol. V. Geográfica, Santo André, SP, Brasil 2012.

CARTA DE DISSOCIAÇÃO E OS VÍDEOS DA SÉRIE "LIBERDADE CRISTÃ"

Minha Carta de Dissociação
Ricardo Guerra
Ao corpo de anciãos da congregação de Silvânia:
Prezados irmãos, estou sendo convidado para ser julgado por um crime que não cometi. Sempre procurei defender a Palavra de Deus acima da palavra de qualquer homem.
JULGAMENTO PÚBLICO
Pedi para que esse julgamento fosse público e isso me foi negado. Mas, visto que o julgamento que pretendem não tem nenhuma base bíblica, vou poupar os irmãos desse trabalho. Observem como isso pode ser facilmente provado pela revista Despertai! de 22 de dezembro de 1981, página 17:
"Os julgamentos de criminosos eram sem dúvida muito mais rápidos em Israel do que o são atualmente em países tais como os Estados Unidos, onde abarrotados tribunais e processos pormenorizados dão margem a muitos adiamentos. Visto que o tribunal local estava situado nos portões da cidade, não havia dúvida de o julgamento ser público! (Deut. 16:18-20) Sem dúvida, os julgamentos públicos ajudavam os juízes no sentido de exercerem cuidado e justiça, qualidades estas que às vezes faltam nas audiências em tribunais secretos e arbitrários. E o que dizer a respeito de testemunhas? (...) Nos tempos bíblicos, exigia-se que as testemunhas depusessem publicamente." (sublinhado acrescentado)
De modo algum este é um assunto isolado nas Escrituras como mostram os textos de Deuteronômio 16:18-20; 17:5; 21:19; 22:15; 25:7 e Rute 4:1. Por outro lado, não existe nenhum exemplo de comissão judicativa fechada nas Escrituras. Obviamente, os anciãos atuais não são menos imperfeitos do que os da antiguidade. Por que então esse mesmo princípio não deve ser colocado em prática atualmente?
CRONOLOGIA: DATA DE 607 AEC
Como sabem, já por algum tempo, tenho empreendido uma pesquisa exaustiva sobre o ensino da "cronologia" de nossa organização. O que tornou claro para mim que esta cronologia não pode estar correta é o fato da data de 607 AEC, da qual toda a estrutura dos cálculos dependem, não tem apoio histórico e nem mesmo da Bíblia Sagrada. A maioria de nossos irmãos não sabem disso. Tentei dialogar sobre esse assunto com vários irmãos da dianteira  anciãos conhecidos e respeitados por todos nós. Por fim, mandei uma carta à Betel tratando do assunto. Um confronto entre minha carta e a resposta que recebi mostrará claramente que minhas perguntas foram ignoradas. Os irmãos simplesmente repetiram aquilo que estava claro que eu já havia estudado, e que, por fim, se mostrou insatisfatório.
Uma breve olhada nas páginas 631 à 637 do livro Proclamadores mostrará que a organização falou pelo menos sete vezes (1873, 1878, 1881, 1914, 1918, 1945 e 1975) que o fim chegaria sem que nada de significativo acontecesse. Os irmãos não estão levando a sério os conselhos de Jesus em Mateus 24:36, bem como de Atos 1:7. Isso ficou claro com o último reajuste em relação à "geração" mencionada em Mateus 24:34 conforme a edição de A Sentinela de 15 de abril de 2010 página 10, parágrafos 13 e 14, onde se conecta novamente a "geração" a um período específico de tempo. Embora eu não tenha dúvida de que o fim esteja próximo, é evidente que esse novo entendimento não se harmonia com as palavras de Cristo em Atos 1:7: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição." Além disso, todas as datas obviamente erradas no passado levaram muitos a ficarem frustrados. Embora se mencione que isso tenha um paralelo com as expectativas erradas dos primeiros discípulos, que fizeram perguntas à Jesus (Mateus 24:3 e Atos1:6), aqueles cristãos jamais marcaram uma única data específica, e muito menos divulgaram isso para o mundo inteiro. Não há nenhuma especulação na carta aos hebreus que foi escrita pouco antes da destruição da cidade de Jerusalém pelos romanos em 70 EC. As palavras de Provérbios 13:12 cabem muito bem a muitos irmãos que se frustraram por tudo isso: "A expectativa adiada faz adoecer o coração".
APOSTASIA
Vale a pena relembrar um texto que os irmãos usam constantemente para acusar outros de apostasia, (palavra que se tornou banal na organização) trata-se de 2 Timóteo 2:16-18:
"Mas esquiva-te dos falatórios vãos que violam o que é santo; porque passarão a impiedade cada vez maior 17 e a palavra deles se espalhará como gangrena. Himeneu e Fileto são desses. 18 Estes mesmos se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição já ocorreu; e estão subvertendo a fé que alguns têm."
Se os irmãos notarem o primeiro parágrafo da página 632 do livro Proclamadores, vão observar que a organização pregava exatamente o mesmo que Himeneu e Fileto. Ou seja, esperava-se o fim em 1878, e, quando isso não aconteceu, começaram a ensinar que "a ressurreição para a vida celestial começara naquele ano". Atualmente, (quando escrevo esta carta) ensina-se que essa "ressurreição celestial começou em 1918", como podem conferir no livro Clímax de Revelação, página 103, parágrafo 12.
ESPECULAÇÃO: VOLTA DE CRISTO
Outro texto usado, mas sem mencionar o contexto, é o de 2 Tessalonicenses 2:3-5. Os dois primeiros versos do capítulo também relacionam apostasia à especulação sobre a "presença de Nosso Senhor". É claro que isso torna inapropriado o uso que a organização faz desses versículos, já que ela mesma é culpada de especular sobre esse tema por várias vezes. Além do que, Deuteronômio 18:20-22 diz:
20 “‘No entanto, o profeta que presumir de falar em meu nome alguma palavra que não lhe mandei falar ou que falar em nome de outros deuses, tal profeta terá de morrer. 21 E caso digas no teu coração: “Como saberemos qual a palavra que Jeová não falou?” 22 quando o profeta falar em nome de Jeová e a palavra não suceder nem se cumprir, esta é a palavra que Jeová não falou. O profeta proferiu-a presunçosamente. Não deves ficar amedrontado por causa dele.’
Embora a organização afirme nunca ter falado no nome de Jeová sobre isso, as publicações em anexo mostram que essas datas eram encaradas como "Datas de Deus que não poderiam ser mudadas."
DESASSOCIAÇÃO: EXCLUSÃO SOCIAL
Quando percebi que membros da dianteira estavam fazendo descaso desse assunto, passei a dar atenção a outros detalhes, como, por exemplo, o tratamento dispensado aos "desassociados". Analisando cuidadosamente o assunto, percebi que não há uma base sólida na Bíblia para uma exclusão social. Para disciplina sim. Mas, excluir uma pessoa a ponto de esta não poder receber um 'olá' está muito longe do amor recomendado pelo "Pastor" que vai atrás da única "ovelha perdida" (Mateus 18:12-14). O texto usado pela organização para justificar esta exclusão completa, não está ligado a desassociação, e sim a anticristos, pessoas que negam de fato a Cristo como se pode conferir em 2 João 9-11. Ao passo que 1 Coríntios 5:14 exorta a "cessar de ter convivência" com um homem que evidentemente era iníquo, (categoria esta que muitas pessoas que são desassociadas não se enquadram), a nota na Tradução do Novo Mundo com referências mostra que, basicamente, a expressão significa "não vos mistureis com", o que evidentemente envolve associação íntima e achegada. É curioso que embora seja traduzido de forma diferente, a mesma expressão ocorre em 2 Tessalonicenses 3:14. Isso pode ser visto na nota: "não vos mistureis com". O versículo seguinte (15) mostra claramente que a pessoa não deveria ser encarada como inimigo, por outro lado deveria continuar a "ser exortada como irmão". Evidentemente a regra da organização neste assunto vai muito "além das coisas que estão escritas".  1 Coríntios 4:6.
VACINAÇÃO
Obtive outra informação que, pelo visto, 99,9% das Testemunhas de Jeová atuais não sabem: as vacinas já foram proibidas! Note o que as seguintes publicações mostram:
"O público não está em geral consciente de como a produção de soros, anti-toxinas e vacinas é uma grande indústria, ou de como o Alto Comércio controla toda esta indústria.... os conselhos de saúde esforçam-se para começar uma epidemia de varíola, difteria, ou [febre] tifóide para que possam ceifar uma colheita dourada ao inocularem uma comunidade que não pensa, com o exacto propósito de dispor desta porcaria manufacturada."  The Golden Age [A Idade do Ouro], 3 de Janeiro de 1923, página 214.
Tempos depois, esse assunto é descrito sutilmente como uma questão de decisão pessoal. Nem é preciso dizer o número de vidas que foram afetadas e até perdidas por isso! (Ver anexo.)
TRANSPLANTES
De modo similar, os transplantes de órgãos eram proibidos como mostra as publicações abaixo:
"Será que há alguma objeção bíblica a que se doe o corpo para uso na pesquisa médica ou que se aceitem órgãos para transplante de tal fonte?  W. L., EUA.
[...] Quando há um órgão doente ou defeituoso, o modo usual de a saúde ser restaurada é por receber substâncias nutritivas. O corpo utiliza o alimento ingerido para consertar ou curar o órgão, substituindo gradualmente as células. Quando os homens de ciência concluem que este processo normal não mais dará certo e sugerem a remoção do órgão e a substituição do mesmo de forma direta por um órgão de outro humano, isto é simplesmente um atalho. Aqueles que se submetem a tais operações vivem às custas de carne de outro humano. Isso é canibalesco. Não obstante, ao permitir que o homem comesse carne animal, Jeová Deus não deu permissão para os humanos tentarem perpetuar suas vidas por receberem canibalisticamente em seus corpos a carne humana, quer mastigada, quer na forma de órgãos inteiros ou partes do corpo, retirados de outros.  A Sentinela de 1° de junho de 1968 páginas 349 e 350.
Novamente, depois disso, como na questão das vacinas, sem dar nenhuma explicação sobre o passado, os transplantes de órgãos passam a ser encarados como questão de decisão pessoal. Novamente, imaginem por um instante o dano que esta proibição causou na vida das pessoas!
FRAÇÕES DE SANGUE: PROIBIDAS OU PERMITIDAS?
A organização titubeou várias vezes sobre uso de frações de sangue. E, enquanto isso, vidas eram perdidas por este mesmo motivo:
1
frações proibidas
Þ
Despertai! de 1º de fevereiro de 1956, página 20.
2
frações permitidas
Þ
A Sentinela de 1º de fevereiro de 1959, páginas 95 e 96.
3
frações proibidas
Þ
A Sentinela de 15 de março de 1962.
4
frações permitidas
Þ
A Sentinela de 15 de julho de 1963, página 443.
5
frações proibidas
Þ
A Sentinela de 15 de outubro de 1974, página 640.
Ora, uma vez que não se tinha certeza sobre o assunto, isso não deveria ser assunto de decisão pessoal?
TRANSFUSÃO DE SANGUE: NÃO É COMER SANGUE
Infelizmente há uma série de incoerências também na proibição das transfusões sanguíneas atuais como se pode ver abaixo:
"Toda vez que se menciona a proibição de sangue nas escrituras é com relação a tomá-lo como alimento, e assim, é como nutriente que nos interessa a sua proibição."  A Sentinela de 1º de fevereiro de 1959, páginas 95 e 96.
"Muitos dizem que uma transfusão não é semelhante a comer sangue." É sólido este ponto de vista? Um paciente no hospital pode ser alimentado através da boca, através do nariz, ou através das veias. Quando soluções de açúcar são dadas por via intravenosa, isso é chamado alimentação intravenosa. Portanto, a própria terminologia do hospital reconhece como alimentação o processo de colocar nutrição no nosso sistema através das veias. Consequentemente, o enfermeiro que administra a transfusão está a alimentar o paciente com sangue através das veias, e o paciente que recebe o sangue está a comê-lo através das veias."  The Watchtower [A Sentinela], 1.º de julho de 1951, página  415, em inglês.
Depois que a medicina evoluiu e se descobriu que uma transfusão não é o mesmo que comer sangue, a liderança das Testemunhas de Jeová começou a usar a expressão "sustentar a vida com sangue". Diferente do álcool que, ao ser tomado, chega no estomago e depois vai direto para a corrente sanguínea, o sangue é digerido quando se come. A transfusão hoje é encarada como um "transplante de um tecido fluído". Agora vejam como vem o esclarecimento:
"Como observa Denton Cooley, cirurgião cardiovascular: 'Uma transfusão de sangue é um transplante de órgão.'"  Despertai! de 22 de outubro de 1990, página 9.
"Quando os médicos realizam um transplante de coração, do fígado, ou de outro órgão, o sistema imunológico do receptor pode detectar a presença do tecido estranho, e rejeitá-lo. Todavia, uma transfusão é um transplante de tecido. Como Pode o Sangue Salvar a Sua Vida? (1990), página 8, ênfase no original.
Assim como todo mundo hoje já sabe que um transplante de órgão não é o mesmo que comer o órgão (portanto, não é canibalismo) a transfusão não é o mesmo que comer o sangue. Como se pode ver, o conceito atual não é mais aquele de que "toda vez que a Bíblia menciona o uso do sangue é como alimento...", portanto não é "sangue como nutriente" que está em jogo hoje, como se dizia lá em 1959.
FRAÇÕES DE SANGUE: DUPLO CRITÉRIO
Em relação ao uso de frações, 93% do plasma é água, e os outros 7% são proteínas complexas. Podemos aceitar todos esses 7% separadamente. A albumina (fração do plasma) corresponde a 2,2% do sangue total, uma fração muito maior que os glóbulos brancos (1%) e as plaquetas (0,17%). Não parece incoerente poder aceitar um componente que corresponde a 2,2% e não poder aceitar uma fração muito menor como as plaquetas (0,17%)? As pesquisas mostraram também que o leite materno contém mais leucócitos (glóbulos brancos) do que o sangue. Isso cria uma incoerência, já que podemos "mamar" leucócitos porque não poderíamos recebê-lo nas veias? (Veja o artigo da PUC em anexo).
TRANSFUSÃO DE SANGUE: CONSCIÊNCIA PESSOAL
Como vocês talvez saibam, o único motivo de não podermos tirar o nosso próprio sangue e guardar para uma possível emergência durante uma cirurgia, é porque esse sangue é "armazenado". Mas a preparação das frações permitidas pela organização requer a doação, armazenamento e processamento de grande quantidade de sangue, o que torna incoerente a proibição em relação a guardar seu próprio sangue para uma emergência. Isso poderia muito bem ser uma questão de consciência. Estou bem ciente dos riscos envolvidos nas transfusões. Não estou recomendando esse procedimento. O que estou dizendo é que, por tudo isso, acredito que essa também deveria ser uma questão de consciência. Posso dizer isso porque há um exemplo na Bíblia que estabelece um paralelo:
"Aconteceu então, num sábado, que ele estava passando pelas searas, e seus discípulos arrancavam e comiam espigas, esfregando-as nas mãos. 2 Vendo isso, alguns fariseus disseram: “Por que fazeis o que não é lícito no sábado?” 3 Mas Jesus disse-lhes, em resposta: “Nunca lestes o que Davi fez quando ele e os homens com ele ficaram com fome? 4 Que entrou na casa de Deus e recebeu os pães da apresentação, e que comeu e deu também aos homens que estavam com ele, os quais a ninguém é lícito comer, exceto somente aos sacerdotes?” 5 E prosseguiu a dizer-lhes: “Senhor do sábado é o que é o Filho do homem.”
Como podem ver, Jesus não condenou Davi que estaria "violando" uma lei clara, mas Jesus levou em consideração a necessidade dele naquela ocasião. Porque o mesmo não deveria se aplicar à questão do sangue?
Acredito que enquanto existir um tratamento alternativo não deveríamos hesitar em usá-lo. É muito mais seguro. As orientações dada pelas COLIH's nessa questão devem ser elogiadas. Mas, me pergunto como Jesus reagiria caso estivesse na Terra hoje e um irmão decidisse aceitar uma transfusão sanguínea. Será que ele encararia essa pessoa como estando "renunciando sua posição como testemunha de Nosso Deus", ou será que veria a situação semelhante ao evento envolvendo Davi e seus homens? Por isso, não vejo o que dá direito a humanos imperfeitos tomar a decisão pela vida dos seus co-trabalhadores.
Por tudo isso, tenho medo que a proibição de hoje assim como no caso das vacinas sejam os erros de amanhã, só que até lá várias vidas já terão sido perdidas. Será que não existe a possibilidade de que daqui a alguns anos, assim como no caso das vacinas e dos transplantes de órgãos, os irmãos venham a encarar o plasma ou mesmo os leucócitos como permitidos?
É óbvio que a organização que agiu irresponsavelmente para com a vida dos irmãos no passado  tornando assim a vida deles algo banal  infelizmente não parece ter aprendido a lição.
ENVOLVIMENTO COM A ONU
Eu poderia falar sobre uma série de outros exemplos, mas vou concluir falando de um caso envolvendo a ONU e um acordo com o Governo da Bulgária. A maioria destas questões foi discutida principalmente com o Gilberto, devido a posição de responsabilidade em que ele se encontra e também pelo fato de ler fluentemente o inglês.
Disponibilizei em anexo um documento do site oficial da ONU que mostra que nossa organização esteve associada com ao DPI (Departamento de Informação Pública) da ONU de 1992 a 2001. Essa associação envolvia apoiar a carta das nações unidas e veicular em suas publicações os programas da ONU. Acredito que nada disso seria um problema em si mesmo, se a organização não ensinasse que a ONU é a "imagem da fera", "fera cor de escarlate", "instrumento de Satanás" e "uma imitação blasfêmia do Reino de Deus na Terra". (Junto com o documento original está uma tradução do mesmo. Ver o documento oficial da ONU em inglês ou em português)
Estudos recentes de A Sentinela reafirmaram a crítica às religiões da "cristandade" devido a esse tipo de envolvimento com "instituições humanas" até mesmo descrevendo-as como "refúgio da mentira" (A Sentinela de 15 de dezembro de 2010, página 10, parágrafo 13, A Sentinela de 15 de janeiro de 2011, página 6, parágrafo 19 e A Sentinela de 15 de março de 2011, pagina 24 parágrafos 1 e 2).
Isso faz lembrar as atitudes contrastantes do fariseu e do cobrador de impostos mencionados por Jesus:
9 Mas, ele contou a seguinte ilustração também a alguns que confiavam em si mesmos como sendo justos e que consideravam os demais como nada: 10 “Dois homens subiram ao templo para orar, um sendo fariseu e o outro cobrador de impostos. 11 O fariseu estava em pé e começou a orar as seguintes coisas no seu íntimo: ‘Ó Deus, agradeço-te que não sou como o resto dos homens, extorsores, injustos, adúlteros, ou mesmo como este cobrador de impostos. 12 Jejuo duas vezes por semana, dou o décimo de todas as coisas que adquiro.’ 13 O cobrador de impostos, porém, estando em pé à distância, não estava nem disposto a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, sê clemente para comigo pecador.’ 14 Digo-vos: Este homem desceu para sua casa provado mais justo do que aquele homem; porque todo o que se enaltecer será humilhado, mas quem se humilhar será enaltecido.”  Lucas 18:9-14.
O CASO BULGÁRIA
Em relação ao caso Bulgária, muitos sabem que a obra das Testemunhas de Jeová esteve proscrita nesse país por dois motivos básicos: pela recusa do serviço militar e por negar receber transfusões de sangue. O governo da Bulgária encarava as Testemunhas como um "perigo para a saúde pública", especialmente por causa de casos envolvendo crianças. Visto que o governo se negou a reescrever a organização como uma religião regularizada, a Associação recorreu à comissão Europeia dos Direitos Humanos, que entrou como conciliadora do acordo. Em essência, os termos do acordo referentes à questão do sangue diz:
"Com respeito à posição das Testemunhas de Jeová em relação ao sangue.... os pacientes Testemunhas de Jeová recorrendo sistematicamente a tratamentos médicos para si mesmos e para os seus filhos, o farão usando de seu próprio livre arbítrio, sem nenhum controle e sanção por parte da requerente [a Associação das Testemunhas de Jeová]".
Em outras palavras, a organização concordou em liberar os irmãos para decidirem por si mesmos, sem nenhuma punição, seja na forma de repreensão ou desassociação. Obviamente isso não foi informado aos irmãos, o que evidentemente não foi honesto. O site oficial do Conselho da Comissão Europeia dos direitos humanos disponibilizou um boletim sobre este caso em inglês, o informativo sobre o caso está na página 12. Estou mandando em anexo também o relatório completo disponibilizado pela Comissão Europeia dos Direitos Humanos. O parágrafo transcrito anteriormente está na parte II desse documento em francês. Não é à toa que os irmãos desse país estão sofrendo os ataques que estão circulando na internet.
DISSOCIANDO
É por esses e outros motivos, e com grande pesar, estou me desligando oficialmente da Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová. Não acredito mais que ela seja o canal exclusivo de Deus na Terra, e nem que exista outra organização exclusiva. Acredito sim que existam indivíduos dentro da nossa organização bem como de outras que fazem o seu melhor para agradar a Deus tornando assim seu serviço aceitável. Fico muito triste pelo tratamento que será dispensado a mim por parte dos irmãos. É claro que no que dependesse de mim, não seria necessário esse afastamento dos irmãos que conheço a cerca de uma década. Mas, infelizmente, esse é o treinamento recebido da organização. Quero que saibam que continuo amando profundamente a Jeová e a todos vocês. Tenho os melhores pensamentos sobre todos vocês. Sei que a motivação de muitos irmãos é pura. E certamente Jeová também sabe. Também sou grato a organização por tudo aquilo de bom que aprendi dentro dela. Tenho a plena certeza que todas as promessas de Nosso Amado Deus se cumprirá no tempo dele, e não no nosso.
Hoje mais do que nunca as palavras de Romanos 8:38,39 são verdadeiras para mim:
38 Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem governos, nem coisas presentes, nem coisas por vir, nem poderes, 39 nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criação será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Sei também que para muitos irmãos já estou antecipadamente julgado e condenado à destruição, mas o julgamento não pertence aos homens, e sim a Deus, e estou confiante nisso. (Mateus 7:1) Quero terminar com muita tristeza no coração e externando meu sincero amor cristão a todos os meus queridos irmãos e amigos a quem continuarei a incluir em minhas orações.
Atenciosamente, Ricardo Guerra.

PS:
a) Carta enviada a Betel;
b) Resposta de Betel confrontada com minha carta;
c) Boletim informativo sobre o acordo com o governo da Bulgária (em inglês);
d) Relatório sobre o acordo (em inglês, e os termos do acordo em francês);
e) Informativo sobre o caso ONU (em inglês e tradução);
f) Artigo da PUC "Aspectos imunológicos do aleitamento materno";
g) Algumas citações retiradas de publicações antigas da organização Torre de Vigia.
No fim das contas, os anciãos disseram que essa carta não foi aceita para validar minha dissociação porque simplesmente eu havia esquecido de assiná-la. Em resultado, fui desassociado. Uma semana depois um amigo, servo ministerial, pediu dissociação.